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  • Aproximadamente R$ 10 bilhões de corte de gastos anunciado pelo governo dependem do Congresso


  • Governo planeja revisão no Cadastro Único, no Bolsa Família e em benefícios da Previdência; essas medidas irão buscar possíveis fraudes e pagamentos indevidos e devem economizar R$ 25,9 bilhões, segundo Haddad

Uma parte do corte de despesas anunciado pelo governo nesta semana irá depender da aprovação no Congresso Nacional, vai depender de negociação e ainda não está garantido.

De acordo com cálculos preliminares cerca de R$ 10 bilhões só serão efetivados após aval dos parlamentares. Esse valor representa mais de um terço de toda a economia com os cortes esperada para o próximo ano, de R$ 25,6 bilhões.

Não tem data prevista para o Palácio do Planalto enviar as propostas ao Congresso. Os o integrantes do governo reconhecem que algumas medidas são duras e devem gerar debate na Câmara e no Senado.

Dessa maneira, a equipe econômica confia na aprovação dos projetos apesar de o prazo ser mais curto nesse semestre por causa das eleições municipais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (3), fez uma declaração na qual anunciou os cortes após seguidas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 A intenção foi dar uma sinalização ao mercado financeiro. O dólar alcançou R$ 5, 70 nos últimos dias em meio ao embate entre Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em torno da política de juros e das contas públicas.

O ministro Haddad anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para 2025. Porém, o ministro não deu mais detalhes sobre o pacote.

CadÚnico e Bolsa Família 

Uma das medidas a serem anunciadas pelo governo são mudanças no Cadastro Único, que reúne informações sobre a população com baixa renda e que pode ter acesso a programas sociais.

Segundo a regra, a cada três anos, a pessoa precisa atualizar os dados fornecidos ao Cadastro. Porém, essa não tem sido a prática. 

Dessa forma, o objetivo é que, se o beneficiário está com informações desatualizadas há mais tempo, os pagamentos poderão ser suspensos até que o cadastro seja regularizado. O que precisa de aval do Congresso.

Para o Bolsa Família, o governo pretende passar um “pente-fino” e encontrar quem fraudou informações para se enquadrar como família unipessoal, quando uma pessoa diz que não tem filhos nem é casada.

Um dos problemas encontrados pela equipe de Lula, desde o início do governo, foi a explosão de cadastros de famílias solo após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter estabelecido um valor mínimo a ser pago independente do tamanho da família.

Uma das maiores suspeita de fraude é quando a família se divide para realizar dois cadastros e receber dois benefícios do programa social. 

A principal forma de conseguir identificar irregularidades é pelo endereço da pessoa que está no Bolsa Família e a informação poderá ser cruzada com a de parentes.

Entre os meses de novembro de 2021 e novembro de 2022, o número de "beneficiários solos" saltou de 2,2 milhões para 5,8 milhões.